Cinderela

Descritivo do evento:

Para revisitar Cinderela sem cair na mesmice ou frustrar as expectativas das crianças, o diretor Isser Korik optou por preservar o conteúdo e trabalhar com a forma desse clássico conto de fadas, que estará em cartaz no dia 29 de maio, no nosso Teatro CEU Água Azul, e que surpreende por sua teatralidade.

Em cena, dois atores interpretam doze personagens. Ian Soffredini e Michelle Zampieri fazem, cada um, seis papeis distintos. Em ritmo dinâmico, eles entram e saem do palco, ora como uma bela e delicada moça, ora como um gato muito malvado, ora como frágeis ratinhos, ora como megeras, ora como príncipe, ora como fada, e assim por diante.

“A ênfase na composição dos atores para cada personagem e sua preparação técnica é a chave do espetáculo. Ter apenas dois atores em cena é dinâmico. Isso desperta a curiosidade das crianças”, explica Isser.

Essas mudanças rápidas de papéis atraem o olhar para a arte de compor um personagem. As crianças percebem as transformações dos atores e são justamente fisgadas e encantadas por elas. A partir da segunda cena, no entanto, ninguém mais nota que o elenco é formado por apenas duas pessoas. Michele e Ian configuram uma verdadeira multidão.

O rápido vaivém de muitos personagens exige dos atores um vasto repertório de vozes, de linguagem corporal, de jeitos e trejeitos que são a graça e o diferencial de cada figura em cena. Michele explica que é preciso “habilidade e cuidado na hora de encarnar e desencarnar papeis para não confundir o espectador”. Ian acrescenta que essa mudança significa “uma troca energética, e não apenas uma mudança no figurino”.

Também é destaque o toque moderno na encenação. Um exemplo é a mimada Anastácia, irmã postiça de Cinderela, que tem um jeito enjoado de se expressar. Ela fala usando os termos típicos dos adolescentes atuais de forma caricatural. Ian imitou o comportamento de uma menina com quem estudou na escola para dar vida a sua Anastácia, uma jovem má, afetada e hilária.

O número reduzido de atores em cena aparenta leveza. A pluralidade de personagens gera velocidade. A interpretação provoca risos. Tais aspectos fazem desse Cinderela um espetáculo único: sutil, dinâmico e muito bem-humorado.